MOBILIDADE
Governo estuda novas rotas para o VLT de Salvador; veja os traçados possíveis
Extensões em análise prometem ampliar o alcance do VLT, que já está em construção entre o Subúrbio Ferroviário e a orla da capital baiana
Por Lula Bonfim

O VLT de Salvador está com construção em ritmo acelerado nos três trechos que já foram contratados até o momento: da Calçada à Ilha de São João; de Paripe a Águas Claras; e de Águas Claras à orla de Piatã.
De acordo com dados obtidos pelo Portal A TARDE junto à Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB) nesta quinta-feira, 5, o primeiro trecho está 22,32% concluído; o segundo tem 14,31% de obra avançada; enquanto o terceiro permanece em estágio inicial, com 1,79%.
Mas o trajeto do VLT pensado pelo governo da Bahia não deve parar por aí. Ao mesmo tempo em que constrói um traçado de 36,4 km entre o Subúrbio e a Orla Atlântica, a gestão estadual estuda a extensão do modal em três outras frentes.
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Segundo informações obtidas pelo Portal A TARDE, a obra de extensão do Trecho 4 será financiada com aproximadamente R$ 100 milhões, provenientes de recursos economizados durante a execução do Tramo III do metrô — trecho que integra a Linha 1 entre as estações Pirajá e Águas Claras.
De acordo com o diretor de Obras da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), Eracy Lafuente, a economia obtida no contrato do Tramo III permitiu a destinação dos valores remanescentes para o novo projeto. “Estamos em processo de realocação desses recursos junto à Caixa Econômica Federal. A aprovação está em andamento e, em breve, emitiremos a ordem de serviço para o início das obras”, afirmou o gestor.
O investimento contará com aportes do Governo do Estado, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de contrapartidas obrigatórias. “Dos recursos economizados, restaram cerca de R$ 100 milhões. A esse montante somam-se as verbas do FGTS e uma contrapartida adicional de aproximadamente R$ 10 milhões”, detalhou Lafuente.
A previsão é de que a ordem de serviço seja emitida em até dois meses, com o início das obras logo em seguida.
Comércio
A primeira frente, mais próxima de ser colocada em prática, é a expansão do VLT a partir da Estação da Calçada rumo ao bairro do Comércio. Tal ampliação já foi comentada algumas vezes por autoridades do Estado, incluindo o próprio governador Jerônimo Rodrigues.
O traçado teria 3,6 km, ando pela Feira de São Joaquim, pelo Terminal de Ferry-Boats, pelo Instituto do Cacau, até chegar ao Terminal da França.
Os estudos para essa ampliação do VLT já se encontram na fase final, após o recebimento de recursos oriundos do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Ribeira
Também está sendo estudado pelo governo do estado, como ampliação do VLT a partir da Estação da Calçada, um traçado circular que aria pelas regiões da Ribeira e do Bonfim.
A chegada no modal na Península de Itapagipe visa resolver um gargalo de transporte público que a CTB identifica na região, pouco atendida pelo sistema municipal de ônibus.
O traçado itapagipano do VLT, com 3 km de extensão, aria nas proximidades do Santuário de Nosso Senhor do Bonfim, chegando até o Terminal de ageiros da Ribeira, retornando por um caminho alternativo para a Estação da Calçada.

VLT Metropolitano
O terceiro projeto estudado pela gestão de Jerônimo Rodrigues (PT) é o chamado VLT Metropolitano, que começaria ligando Salvador a Camaçari, ando por Simões Filho. A ideia é conectar definitivamente o Polo Petroquímico à capital baiana, facilitando o transporte de trabalhadores.
Esse trajeto inicial teria cerca de 30 km, mas poderia ser ampliado futuramente para mais de 100 km, ando por Dias D'Ávila, Mata de São João, Pojuca, Catu, até chegar a Alagoinhas.
Considerado um projeto de grande porte, o VLT Metropolitano já teve R$ 16 milhões aprovados no novo PAC para a elaboração de seu anteprojeto. Recentemente, Jerônimo chegou a solicitar apoio financeiro do Banco dos BRICS para viabilizar a obra.

Governo da Bahia reaproveita sobra do metrô e injeta R$ 105 milhões no VLT
O Governo da Bahia vai transformar economia em mobilidade urbana. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) assinou nesta quarta-feira (4) uma suplementação orçamentária de R$ 105 milhões destinada à obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Salvador.
O recurso vem de uma sobra no contrato de R$ 400 milhões firmado com a Caixa Econômica Federal (CEF), originalmente voltado à execução do Tramo III do metrô, que liga as estações Pirajá e Águas Claras. A autorização do empréstimo havia sido aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) em 24 de agosto de 2023.
Economia vira investimento
Graças à boa gestão financeira da obra do metrô, o governo conseguiu economizar parte significativa do valor contratado, possibilitando agora o reaproveitamento da verba para outra frente estratégica da mobilidade urbana.
“Essa suplementação representa a capacidade do Estado de otimizar recursos e acelerar projetos prioritários. O VLT é um desses projetos que vai mudar a cara da mobilidade em Salvador, especialmente nas áreas que mais precisam”, destacou uma fonte ligada à Secretaria de Infraestrutura.
Obras em andamento
As obras do VLT já estão em andamento, ligando o Subúrbio Ferroviário ao Miolo da capital baiana. Com os R$ 105 milhões suplementares, a expectativa é de que os trabalhos ganhem novo fôlego e avancem no cronograma previsto.
O VLT substituirá a antiga linha do trem do subúrbio e promete beneficiar cerca de 600 mil pessoas com um transporte mais rápido, confortável e ambientalmente sustentável.
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